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Esta imagem com o Freud dizendo uma frase que não sei se é mesmo dele resume bem a sociedade em que vivemos.
Vivemos o tempo da mediocridade.
Qual é o primeiro pensamento do brasileiro com relação a vida?
Segurança!? Tanto é verdade que para garantir essa tal "segurança" o pobre brasileiro pensa em um emprego público, onde trabalhe pouco e ganhe muito.
Prova disso é a quantidade de cursos preparatórios para concursos públicos.

Quase ninguém pensa em criar algo, correr riscos e empreender alguma coisa diferente da maioria.

Dizem os pais desde cedo para seus filhos: Meu filho, pense na segurança, pense no futuro.
Mal sabem eles que estão matando a iniciativa dos pequeninos.
Ousadia é a palavra chave para mudar esse estado de coisas.
A curiosidade unida à necessidade é a mãe das invenções.
Ninguém tem mais curiosidade de saber os porquês da vida.
E quando surge esse ímpeto no jovem ele é abafado.
Viramos uma pátria de contadores de papel, carimbadores de ofícios de almas vazias.
Lá vem o chiquinho inventando coisas, diz em tom de ironia maldosa a patuleia ignorante
diante de um garotinho cheio de inquietações, cheio de perguntas e ninguém pra responder..

Mas como aprender a ser ousado num mundo tão padronizado e emburrecido?
Nossas escolas, com uma educação enfadonha onde professores fingem que ensinam
enquanto alunos nem fingem mais que aprendem seguem destruindo talentos.

Ontem, meu filho de 16 anos me apresentou chocado uma prova de redação onde tirou zero.
Um zero limpinho.
A professora argumentou que ele não havia explicado bem a foto que era o tema da dissertação.
O garoto chegou em casa arrasado e indignado, claro.

Minha esposa é pós-graduada em pedagogia e eu dei aula de história por muitos anos.
Então sabemos avaliar uma prova. Pegamos a dita cuja e nos colocamos a lê-la.
A foto trazia uma imagem de um grande engarrafamento de trânsito e a "mestra"
pedia aos alunos que explicassem porque aquilo acontecia, apenas isso.

Meu filho fez uma descrição das injustiças da sociedade moderna que leva a população
a se aglomerar em grandes centros urbanos perdendo com isso a qualidade de vida,
gerando os males que sufocam a vida e causam desconfortos terríveis como os
grandes engarrafamentos, etc, etc.

Ele fez uma análise dos problemas sociais e a professora disse que não era aquilo que
ela queria pois o menino não tinha descrito o que havia foto.
Ele fez uma análise sociológica e ela não entendeu!!!!
Isso é o mais triste, ela não entendeu até onde o garoto foi em seu raciocínio!!!
Estou falando de uma professora de escola particular, paga.
O mais interessante é que na avaliação anterior, com a mesma professora
meu garoto ficou com média 9, que é a média habitual para ele!

Graças  a Deus meu filho tem dois professores em casa que acompanham seu crescimento,
que sentam à mesa para conversar e trocar experiências. Nós conseguimos de alguma forma
encher o tanquinho emocional dele e tocamos a vida. Segunda feira iremos à escola falar com
a coitada da professora e ver se revertemos essa nota.

Mas e quem não consegue fazer o mesmo por seus filhos?
Afinal os pais atarefados, estão correndo atrás do bem estar e da segurança deles!
O que quero dizer é o seguinte, cada um deve cuidar dos seus filhos e de sua família.
Escola nenhuma tem competência e amor para executar essa tarefa.
É em casa que o espírito científico e empreendedor será descoberto e incentivado.

Criança precisa brincar, vivenciar experiências sensoriais, socializar e compartilhar
com os coleguinhas, jogar bola com os amigos, ter atividades lúdicas, se sujar,
sentar com os pais e aprender com as experiências deles.
Falando nisso, quando foi a últimas vez que você escutou as indagações de seus filhos?

Comentários

Sacco disse…
Não é dele, pois não os diagnósticos médicos da época eram idiota, imbecil, débil. Assim como algumas proposições para psicanálise são, desde sua invenção, histérica e perverso (para advir uma histérica houve um perverso). Mas, todavia, ele não discordaria do sentido da frase e possivelmente a repetiria nos idos de hoje.
Mauricio Morais disse…
Sacco, concordo com você, mas independente do autor a frase é uma realidade.
Você é parente do famoso designer Bruno Sacco?
realmente ficamos ocupados demais preocupados em dar um "futuro melhor" aos nossos filhos como se isso dependesse de nossos esforços e acabamos de esquecer que o futuro deles começa agora.
Paulo Levi disse…
Maurício, a professora que fez isso deve ser do tipo que valoriza a decoreba e não admite nada que se afaste de suas idéias preconcebidas. A sorte do seu filho é que ele tem pais conscientes e presentes para dar a ele todo o apoio necessário diante de uma experiência chata como essa.

Também eu tive alguns professores como essa tia infeliz. Mas felizmente, também tive alguns que eram o exato oposto e ajudaram a reequilibrar a equação. No final, como dizia o filósofo Ibrahim Sued, os cães ladram e a caravana passa...
Mauricio Morais disse…
Paulo sua leitura dos fatos está perfeita.