SIMCA-ACHCAR-by Ricardo Achcar e Ferreirinha.
Mestre Ricardo passará por aqui para nos falar desta obra de arte. Que horas? Não sei, quando ele puder, ok? (Não cobraremos ingresso.)

Aproveitando que o grande Ricardo Achcar está dando uma passadinha pelo Brasil,
resolvi ilustrar seu protótipo de nº100 e motor Simca.
Não tenho maiores detalhes sobre o carro, coisas como seu desempenho nas pistas, detalhes técnicos, etc. Quem os tiver que repasse para todos, por favor.
Este carro é mais uma prova da criatividade dos meninos que metiam a mão na graxa lá pelos anos 60 e 70. Carro lindo de se ver.
Ah, virou pôster, quem quiser é só falar.

Comentários

Anônimo disse…
Mauricio :

Pesquisando minhas anotações, encontrei duas corridas que o Ricardo Achcar disputou com esse carro:

1966 -

18/12 - 1000 Km da Guanabara - Não terminou - Em dupla com Milton Amaral

1967 -

04/06 - Campeonato Carioca - Segunda etapa - Não terminou

Ricardo Cunha
Mauricio Morais disse…
Só duas??
Anônimo disse…
Maurício
Ontem passei o dia todo fora, hoje me avisaram que vc estava querendo saber notícias deste carro e do Ovo de Codorna mais abaixo.
De modo que nem abri meus e-mails, vim direto auxiliá-lo, mas Ricardo Cunha já te passou algumas informações.
Bem, vou falar o que sei. Ricardo Achcar e Antonio Ferreirinha, com muita criatividade, bolaram e conseguiram colocar um motor Simca numa Berlineta, devido esta última ser mais leve e ter melhor aerodinâmica.
Colocaram o motor na disposição entre-eixos pra ter uma melhor distribuição de peso.
Além das modificações internas, pra introduzirem o motor deste jeito, fizeram algumas externas também na carroceria dela, como por exemplo, as duas saídas de ar do radiador frontal, iguais as dos primeiros Ford GT 40, que, devido o ângulo da ilustração, não estão aparecendo, o que a deixava, no meu gosto, mais bonita que a original.
Este foi um dos carros mais bonitos que já vi, tanto assim, que como vc viu, votei nele na enquete dos mais belos protótipos no blog de nosso amigo Saloma e Ricardo nem aqui estava.
Quando este protótipo ficou pronto era um dos mais velozes carros de corrida fabricados aqui. Assim como o Fittipaldi-Fusca com dois motores aclopados tinha um ronco de motor muito forte, berrava alto.
Ele teve um problema crônico de refrigeração, esquentava muito e Ricardo Achcar teve que abandonar as corridas que participou a fim de não fundir o motor.
Seu nome correto é Simca-Achar. ESAB OK era a publicidade que ele fazia de um fabricante de eletrodos de solda.
Ele foi construído na oficina de Herculano Ferreirinha, que ficava em Vila Isabel, bairro do RJ, por Antonio Ferreirinha e Ricardo Achcar.
Ricardo, grande amigo e piloto, mora atualmente em Miami.
Como vc falou está no Rio, temos nos falado literalmente todo dia, numa de nossas conversas ele me deu uma explicação sobre o aquecimento crônico do carro, ligado a um radiador que ele havia comprado como sendo de 11 litros e bem mais tarde descobriu que a capacidade dele era de 7 ou 4, não me lembro bem.
Como vc deve saber ele está sendo entrevistado hoje.
Vou ligar pra ele e solicitar que quando tiver um tempinho, venha aqui nos brindar com seu comentário, penso que ninguém melhor que ele pra falar de seu carro.
Bem, vou agora mais embaixo falar sobre o fusca "Ovo de Codorna".
Forte abraço
Sidney Cardoso
Mauricio Morais disse…
Valeu Sidney. Mais um capítulo de nossa história automobilística veio a público.
Anônimo disse…
Maurício
Duas coisas:
1- Falei com Ricardo, ele está de saída, confirmou a entrevista às 15:00h, falou que antes ou depois, virá aqui deixar seu comentário.
2 - Desculpa, mania de prefecionismo é chato... mas penso sua bela arte ficaria mais bonita ainda se você incluísse aquelas duas saídas de ar no capô iguais as dos Ford GT 40 modelos mais antigos. Penso também que a estética ficaria mais bonita ainda se vc retirasse aquela corda que aparece sobre o número, ela só ficou ali prendendo o capô em uma corrida. Bem, esta é minha modesta opinião em valor da estética, mas vamos deixar que Ricardo Achcar que foi o dono do carro escolha ou acrescente mais alguma coisa.
Abs.
Sidney Cardoso
Anônimo disse…
Tô com mestre Sidney,

esse carro sempre despertou minha curiosidade e quando finalmente vi a foto do dito cujo, posso afirmar que, para mim, assim como como Mestre Sidney, foi um dos carros de corrida mais bonitos que já foram feitos no Brasil !

As soluções do carro ficaram muito boas e principalmente harmoniosas, um ótimo trabalho.

Me arrependo hj de no penúltimo encontro da superclassic em 2006, quando pude conhecer frente a frente, os grandes Sidney e o Ferreirinha, não ter perguntado sobre este carro.

aproveitando a estada no Rj do Ricardo Achcar dou-lhe os parabens pela sua criação.

abs a todos

Filipe W
Mauricio Morais disse…
Mestre Sidney farei as correções na arte e enviarei o malfeitor para uma seção de 40 chibatadas menos uma, e tenho dito.

Felipe W. você matou a charada. Este carro é bonito porque é harmonioso. Não sei se vou falar uma heresia, mas é como se ele fosse uma evolução da Berlineta.
Anônimo disse…
Maurício
Vc nem é malfeitor nem merece chibatadas, pelo contrário é um excelente artista que merece nosso louvor. Me explique depois pq 40 menos uma, não entendi.
Ricardo virá sim, reconfirmei com ele, viria logo após a entrevista, acontece que ela atrasou e ele tem outro compromisso às 18:00h.
Fique tranqüilo, Ricardo é pessoa de palavra.
Agora dois avisos, não sei se vc poderá corrigir, estou escrevendo como anônimo e assinando, pq quando entro como blogger, e coloco meu nome e senha, não está aceitando.
Outro, algumas imagens como esta do Simca-Achcar depois que vc fez as modificações não estão abrindo em tamanho maior.
Abraços
Sidney Cardoso
Anônimo disse…
Caro Mauricio
Como o Sidney disse, não mais é possivel de se ver as imagens em tamamho maior em tela separada, é bug, ou de propósito??

Anselmo/SBC
Anônimo disse…
Maurício
Falei com o Ricardo há 1/2 hora atrás, ele me falou que a entrevista acabou ontem às 23:30h, depois ele veio aqui em seu blog e escreveu o histórico completo do Simca-Achcar, na hora de publicar aconteceu problema e não saiu nada. Pedi a ele pra escrever primeiro no Word e salvar, caso o problema acontecesse de novo ele não perderia nada. Ele está fazendo isso.
Abs.
Anônimo disse…
Foi na rua Teodoro da Silva com apresentação do Milton Amaral que juntaram-se vidas e trajetórias no esporte motor, Herculano Ferreirinha, Antônio Ferreirinha e no grupo, Manoel de quem me falta o nome porem não respeito pela dedicação que sempre mostrou.
Foi também pela via da capotagem espetacular na Ferradura em Interlagos que o meu co-piloto, Vadinho versão Carioca do personagem de Dona Flor e Seus Dois Maridos do Jorge Amado, vulgo pau queimado e o horror dos pais de família da época, Milton Amaral que o Simca Achcar resolveu se produzir.
Foi muito também pelo Ciro Caíres, o piloto companheiro que me passou a primeira grande lição que mudou a minha vida, sobre suspensão e ajustes, que pude adquirir um motor V-8 da Simca contra vontade do Chico Landi que tinha um certo preconceito com “os carioca cheio de firula” mas acabou deixando se convencer pelo Ciro e me deram o melhor motor de dinamômetro que havia na época no departamento de competição em compasso, creio que então a espera da chegada dos Simca-Abarth. Tinha o dito cujo 146 HP e os tinha mesmo.
A concepção do suporte interno entre-eixos do motor foi minha e mão de obra coordenada pelo Herculano com Antônio e Manoel na execução e eu enchendo o saco, conhecido por supervisão.
O que pouca gente sabe é que eu havia conseguido uma caixa Colotti do Renault Rabo Quente na França e havia conseguido um feito inédito de engambelar minha mãe, radical contraria ao esporte, que trouxe “a bola de ferro” na bagagem dela.
O raio da caixa tinha um eixo piloto de 13 milímetros de diâmetro que agüentou honrosamente a potencia e o torque do motor Simca em honra ao orgulho da engenharia francesa. Era inacreditável. Nunca reclamou, piou ou rangeu. Em compensação, era seca que nem uma velha ranzinza, exigia o giro no cabelo ou não entrava nem dizia bom dia. Alem de robusta, ranzinza e berrante nos dentes retos, era invertida sexualmente. Primeira em baixo na direita ( o motor era entre-eixos) e o resto vocês adivinham. A ré era em cima na esquerda. Quem é do meio sabe daquele piloto de “ confecção de fábrica” da Willys que enfiou a invertida lá na entrada da Sul e perdeu o Norte...
Era endiabrada.
Como eu já era conhecedor das mazelas do enchimento do circuito de água da Berlinetta, caixa de compensação e uma multiplicidade de sangradores estavam instalados no sistema de arrefecimento. O termo sifão da Vemag (DKW) era uma lição completa sobre arrefecimento. Quem viveu esta época e elucubrou na criatividade sabe que rival superior, apenas a complexidade macetadissima do ajuste dos três platinados do 3=6, incrível peça de façanhas, que Deus os tenha vivo para sempre mas na história como fonte de inspiração. Quando fechavam intermitentemente o recurso era a casa Dr.Eiras ou pegar o Jorge Letry de bom humor. A primeira opção sempre levou a melhor. E ninguém sai normal dessa experiência. Apenas melhores pilotos e surdos de um ouvido, o próximo da descarga na janela esquerda. Perguntem ao Chico Lameirão falando no ouvido da direita por favor.
Foi por estas e mais algumas que eu determinei do alto da minha engenharia que utilizaríamos um radiador de colméia celular da Bongotti. Não sei se todo mundo sabe, não custa mencionar. Na colméia celular a decantação da água se faz num percurso em diagonal aproximadamente 30% maior do que na queda vertical. Calculando os oitos cilindros, cilindrada, cabeçote plano e circuito em geral, eu estimei que com segurança 11 litros dariam cabo da questão, especialmente pela bomba do motor que era poderosa e o radiador suportava alta pressão. Isto me permitia colocar uma tampa de radiador de 113 libras. Vamos de experiência 3=6. E assim executamos.

Adiante, no autódromo, na arrancada, o Paulinho Newland com a sua lindíssima e hoje sem preço GTO surgia encarnado no meu retrovisor se bem que bafo no cangote, tome de Sul. Coisa de historia. Até eu gosto de ler, dá mais arrepio. Tudo doido, criativo, corajoso, imprevisível com a morte de copila. Passava na reta e o Antônio abusava dos tamancos, na época indumentária de defesa, quando a coisa ficava preta e sacava os dois e sai de perto. Dava quase cambalhotas e polegar imenso surgia quase no meio do parabrisa. Herculano, mais gelado e também menor, botava um sorriso ritualista e ficava na dele e o Manoel compartilhava do Antônio dando suporte para ele não ser atropelado.
De repente, não que a morte se pronunciasse mas era meio como. Bumba, a mangueira superior de saída do motor se soltava do radiador. Podia se a mangueira inferior. Mas não dizia a morte! Tem que ser a de cima que é mais quentinha...E o meu cangote era premiado com um jato de vapor, água e berro de motor, tudo quentinho.
Aí, estava na pista aquele insolente jornalista. Na terceira mangueirada que eu levei o nome ficou. “Vem quente que eu estou fervendo” . Não insistam e não encham o meu saco: Não vou dizer o nome desse analfabeto que provavelmente escrevia o meu nome com “x”.
Passaram-se quatro anos mais ou menos. O Antônio já usava calçados robustos, discretos e militarescos. Os tamancos se foram, provavelmente na cabeça de alguém. Mas, o fato é que já era campeão e a assombração de muitos preparadores de motor. Uma noite, sem saber porque, entrei no nosso Box e encontrei o Antônio namorando um pistão embevecido. Tirei-o da letargia, cara doente, e dei-lhe o que eu chamo de ordem. Acho que nem ele sabe porque me atendeu. Digo isso porque não veio com rabugisse e impropérios lusos. Me atendeu. Acho que ele também não sabe porque, mas o Antônio lia os meus instintos coisa que eu não sabia fazer. “Tira esse radiador que eu quero ver uma coisa”. Silencio e execução. Fiquei preocupado. Antônio retirou o radiador botou na bancada e olhou para minha cara. “Pega essa garrafa de litro e enche essa coisa.” Antônio, ainda calado, encheu. Deu 7 litros. Fechamos o Box e fomos para a Montenegro, hoje Vinicius de Moraes, no Garota de Ipanema. Tomamos todas e eu ouvi a noite toda resignado repetitivos impropérios com o peso gutural daquela boca cheia de graxa e parafusos do Ferreirinha, o maior mecânico do Brasil porque veste a camisa até debaixo da neve. Eu ví.
Anônimo disse…
Ricardo Achcar
Desculpem-me, esqueci de assinar o comentário.
Abs.
Mauricio Morais disse…
Não sei o que está acontecendo com o blog, nem imagino porque agumas imagens não aparecem grandes.
Estou tentando resolver o problema.