FITTI-CREATIONS
Era isso que eu queria, reunir numa só ilustração as mais representativas criações dos Fittipaldi.
Era isso que eu queria, reunir numa só ilustração as mais representativas criações dos Fittipaldi.
Alguém pode falar que estão faltando carros que fizeram parte do Team Fittipaldi. Claro, não está aqui, por exemplo, o Karman-Ghia Porsche laranja
Penso que esses carros foram as coisas mais marcantes criadas por eles.
Mas está aí um assunto bom pra se debater. Tá faltando alguma criação nesta ilustração? Digam vocês.
Ah, você pode adquirir esta imagem, é só pedir pelo e-mail: mau917@gmail.com.
Comentários
Maurício, LINDA ILUSTRAÇÃO!
Já fica encomendada a minha, desta e a de baixo onde aparecem os dois Fitti-Fusca com dois motores com a ficha técnica, nem sei mais onde achar lugar para colocar, visto já ter adquirido várias ilustrações suas, mas as ilustrações são tão bonitas, me trazem tantas emoções boas e fico tão feliz por ter dado uma pequena colaboração te enviando as fotos deles que vou espremer um pouco o lugar na parede para incluí-las.
Como havia te prometido, farei o comentário que você me pediu sobre nossa emoção ao ver eles chegando às pistas com suas criações. Para não ficar longa esta postagem, farei agora num comentário imediatamente a seguir.
Parabéns, pra você e pra eles! São merecedores.
Maurício
Deus foi muito bom comigo, veja, por sorte na estréia do Fitti-Porsche que foi nas Mil Milhas de 1967, tive a graça de ser testemunha ocular, pois estava lá também participando desta prova, eu e Wilson Marques Ferreira com a Alfa Giulia e meu irmão Sérgio Cardoso e Aílton Varanda com um Karman-Ghia Porsche.
Como já partilhávamos da amizade do pai deles o "Barão", Dna. Juse, de Wilsinho, Emerson, seu competente e simpático mecânico Darci, ainda um rapazinho, que aparece nas fotos contando de cima para baixo as de número 8, 9,10 e 11 neste link que deixo aqui http://www.obvio.ind.br/Mil%20MIlhas%20de%201967%20e%20o%20Fitti-Porsche.htm
Ficamos muito felizes ao ver aquele belo carro e sentimo-nos muito honrado em eles nos terem convidado para ver sua criação de perto, ficamos contentes em ver a satisfação deles ao ouvir nossos elogiosos comentários, assim como um pai que fica orgulhoso ao ouvir dos amigos palavras enaltecedoras ao seu filho que acabou de nascer.
Escrevo isso agora e sinto aquela emoção boa tomar conta de todo meu ser novamente, como se não houvera muito tempo, parece que foi hoje.
O incrível foi que nesta corrida nem nós nem eles esperavam que o Fitti-Porsche faria tanto sucesso, pois a imprensa estava anunciando com bastante ênfase, como "Bichos Papões" desta corrida a estréia em nossas pistas do Team Palma, que era composto por nossos irmãos portugueses que vieram correr no Brasil trazendo um Porsche 911, duas Lótus Europa 47 e uma Lótus Cortina que havia sido simplesmente nada menos de Jim Clark, na época meu ídolo maior, e da maioria de todos nós pilotos.
Rapaz, já nos treinos o Fitti-Porsche bateu o recorde da pista de Interlagos, traçado antigo.
Na corrida, dada a largada à meia noite, estilo Le Mans, Emerson saiu na frente e logo na primeira volta colocou 15 segundos de vantagem sobre o segundo colocado, esta vantagem ia se dilatando mais a cada volta, foi um delírio total para nós brasileiros.
Como Wilson Marques Ferreira havia dado a largada com nossa Alfa Giulia TI e Aílton Varanda com o Karman-Ghia Porsche, pude, junto com meu irmão Sérgio, acompanhar dos boxes todo este show do Emerson. Corríamos a pé para a parte de trás dos boxes e percebíamos claramente que ele era o único piloto da prova que fazia a curva do "Mergulho" sem pisar no freio, pois não era só a luz dele que não acendia, ouvíamos o ronco grosso do motor Porsche acelerando.
Infelizmente, houve um princípio de incêndio e o Fitti-Porsche teve que se recolher aos boxes definitivamente.
Pra não ficar longo, continuo num outro comentário abaixo.
Maurício,continuando:
A segunda corrida do Fitti-Porsche foi na Prova Almirante Tamandaré, Corrida Internacional Luso-Brasileira, também em dezembro de 1967, não me lembro bem se uma ou duas semanas após as Mil Milhas,(vamos deixar as datas para nosso competente Ricardo Cunha, com certeza ele tem todas elas, prefiro não pesquisar, prefiro ir escrevendo, deixando fluir as lembranças que vem à cabeça, mesmo fora da ordem cronológica, para não cortar as boas sensações, penso que assim o relato ficará mais fiel sobre nossas sensações).
Esta corrida foi praticamente uma continuação das Mil Milhas, com participação de quase todos pilotos que concorreram nela, inclusive os portugueses do Team Palma, com uma grande diferença que esta era uma corrida de pequena duração, disputada em duas baterias.
Veja como fui agraciado novamente, pois, assim como nas Mil Milhas, nossa equipe também participou com os mesmos pilotos e carros, portanto, lá estávamos de novo juntos, apenas a carroceria do Karman-Ghia Porsche, em vez de ser do meu irmão, agora era a do Aílton Varanda que já havia ficado pronta de uma batida no Circuito de Petrópolis.
Nesta corrida novamente Wilsinho com seu Fitti-Porsche fez o melhor tempo e bateu o recorde da pista do antigo Autódromo da Guanabara.
Lembro-me bem que foi um dia muito feliz para nossa equipe e a deles, comemoramos com muitos abraços e comentários.
Wilsinho havia batido o recorde da pista, meu irmão havia igualado o tempo de Wilsinho com Karman-Ghia Porsche neste autódromo - atenção tempo do Karman-Ghia, não do Fitti-Porsche - e eu havia batido o recorde da Alfa Giulia também neste circuito.
Pois bem, imagine a farra danada que foi nos encontrarmos de novo nos treinos em tão curto período de tempo e com esses resultados.
Emoções são difíceis de descrever, são mais para serem sentidas, mas você pode imaginar o que foi.
Wilsinho venceu a primeira.
Infelizmente, entre a primeira e segunda bateria desabou um "pé d'água" daqueles, acabou caindo água dentro do combustível do Fitti-Porsche e ele não pode participar da segunda.
Maurício, tenho foto da largada com o Fitti-Porsche ocupando o lugar de honra, e cópia dos tempos oficiais escaneadas, caso deseje posso te enviar.
Enfim, todos nós sentimo-mos muito orgulhosos de ver a criatividade dos irmãos Fittipaldi em construir um carro com uma aerodinâmica maravilhosa, leve e com o motor Porsche pela primeira vez no Brasil, ser colocado entre-eixos, o que distribuia bem melhor seu peso e lhe dava uma ótima estabilidade.
Ah, pra complementar mais nossa alegria, nossa equipe foi a anfitriã do Team Palma do portugueses e da equipe Ford- Willys, comandada pelo competente Luiz Antonio Greco, de modo que ficaram hospedados na quadra de nosso ex-colégio o seguintes carros: Duas Lótus 47, uma Lótus Cortina, um Porche 911S, dois Mark I, um Karman-Ghia Porsche 2.0, outro Karman-Ghia Porsche 1.6 e uma Alfa Giulia, além é claro da convivência sadia e agradável de Greco, Luisinho, Bird Clemente, os compenetrados e competentes mecânicos desta equipe, os pilotos portugueses Augusto Palma, Luis Fernandes, Nogueira Pinto e "Peixinho". Os amigos e pilotos de Petrópolis Aílton Varanda, João Varanda Filho, seus mecânicos Ferrari e "Passarinho", e finalmente, nós, Sérgio Cardoso, eu, Wilson Marques Ferreira, e nosso mecânico da Alfa, Luciano Fosco Palmerini.
Rapaz, assunto puxa assunto, me lembrei agora que desta noite e do dia seguinte teria algumas histórias interessantes para contar sobre os portugueses, do Greco e sua equipe, inclusive com fotos. Caso queira, alguns dias depois, bem mais tarde, poderíamos comentar.
Nesta semana vamos prestar nossas justas e merecidas homenagens com comentários não só meus, mas peço que todos que freqüentam este blog deixem seus comentários sobre os irmãos Fittipaldi.
Maurício, já é tarde, preciso dormir, amanhã deixo comentário sobre o Fitti-Fusca com dois motores, por coincidência, também estive participando de sua corrida de estréia, espero, sinceramente, que quando voltar encontre vários comentário de nossos amigos sobre estes fabulosos Fittipaldi.
Amigos blogueiros, mesmo que vocês não os tenha conhecido pessoalmente, por favor, fiquem à vontade e exponham o que sentiam por eles e suas criações.
Só aproveitando o retorno do Sidney (tava sumido???? ele ta me devendo umas fotos do Lorena dele em fabricação....eheheh) lembra que quando fizestes o poster do Lorena sugeri fazer um com as varias pinturas do Lorena Porsche (branca numero 13, branca, azul e vermelha ???). Se precisar fotos da uma olhada no www.lorenagt.cjb.net
Um abraço pra voce e pro Sidney
Mario Estivalet
Conte quantas histórias você quiser, meu querido. Aqui você manda.
Mande também as fotos do Fitti-Porsche no lugar de honra e os tempo dele.
Fico aguardando mais e mais. Forte abraço meu amigo.
Abs.
Conte quantas histórias você quiser, meu querido. Aqui você manda.
Mande também as fotos do Fitti-Porsche no lugar de honra e os tempo dele.
Fico aguardando mais e mais. Forte abraço meu amigo.
Caro Mário Estivalét
Desculpe-me, estive em falta contigo e com muita gente ficando dois meses fora da internet. Vou descrever o que houve e penso você me perdoará.
- Fui com minha mãe para o hospital para operar a segunda perna de artrose - ela já havia operado uma, a esquerda, ano passado e ficado boa.
Agora estava programado para operar a direita.
Já no hospital veio uma pessoa do banco de sangue, tirou sangue dela para fazer os exames para reposição durante a cirurgia. Na hora da cirurgia, a surpresa, o médico, o anestesista e todos assistentes foram em nosso quarto avisar que não poderia operá-la devido na operação anterior ela ter desenvolvido resistência, ou seja, criado anticorpos a vários elementos do sangue, como s minúsculo (este 95% da população tem), c minúsculo, Duffy, e Kell.
O médico e a equipe foi lá para mostrar que não havia faltado ninguém, mas que seria perigoso ela ser operada e receber sangue mesmo sendo do tipo dela A+ ou O+ que é doador universal, sem que fosse feito outros exames antes pra ver se eles continham aqueles elementos.
- Fui doar sangue junto com outros amigos, mas nenhum dos nossos serviu, pois continham os elementos que ela havia desenvolvido sensibilidade.
- Neste mesmo tempo minha cachorrinha vira-lata quase morreu, teve piometra, teve que ser operada às pressas, fiquei tomando as providências e visitando-a todos dias, felizmente agora já está totalmente restabelecida, ótima.
- Quando finalmente conseguiram o sangue para minha mãe sem aqueles elementos que ela havia criado resistência, então ela foi internada de novo e operada, fiquei dormindo com ela no hospital e depois em sua casa, também está ótima agora. Ela fica muito feliz que eu vá visitá-la em sua casa e lá não tem computador nem internet.
Bem foi isso, juntou-se um monte de coisas ao mesmo tempo, só ultimamente passei a dormir em minha casa, embora vá lá todos dias.
Falta muito pouco pra tudo voltar ao normal e poder ter o prazer de bater papos contigo e com os amigos dos blogs.
Assim que acabar de postar os comentários aqui, te enviarei as fotos que pediu.
Forte abraço,
Maurício
Obrigado por seus amáveis comentários, preferi não me prender às datas justamente para deixar fluir as emoções sinceras.
Quando acabar os comentários te enviarei as fotos e os tempos.
Só uma pequena retificação, havia dito que iria falar sobre o Fitti-Fusca com dois motores, mas me lembrei que, mais uma vez, estive também presente e participando da terceira corrida do Fitti-Porsche, portanto irei descrevê-la e depois falarei sobre o Fitti-Fusca com dois motores e depois ainda do Fittipaldi-Fusca 1.600. Nossa! Também participei, estando lá com eles em duas corridas. Observe, não tenho motivos para afirmar que Deus foi muito bom pra mim?
A outra corrida do Fitti-Porsche foi nas Três Horas de Velocidade da Guanabara 1968.
Como sempre, quando os irmãos Fittipaldi chegavam com o Fitti-Porsche todos nós corríamos para vê-lo de perto, além de muito bonito, aerodinâmica perfeita, mecânica entre-eixos bastante avançada para época, era, realmente, fora de série, muitíssimo veloz, isso se deve a imensa criatividade e competência destes irmãos, meus eternos amigos-ídolos.
Você precisava ver o corre-corre da imprensa para fotografá-lo.
Nesta corrida eu estava estreando o Karman-Ghia Porsche 2.0, adquirido de meu outro amigo-ídolo, José Carlos Pace. O carro havia chegado na véspera, imagine nossa emoção.
Nunca desejei ganhar tanto uma corrida como esta, Emerson e a maioria dos pilotos também, visto que esta corrida promovida pela TV Globo chamava-se Prova Jim Clark, Três Horas de Velocidade da Guanabara, numa justa homenagem àquele que foi o ídolo maior da maioria dos pilotos e que havia falecido há pouco num acidente em corrida.
Lembro-me que o amigo André Queirós, repórter que teve programas automobilísticos em todas TVs do Rio, sem exceção, hoje tem um site chamado www.pianews.net (pianews quer dizer Produção da Indústria Automobilística), entrevistou o Emerson e a mim. Obs. Uma ótima notícia: Ele tem o filme, entrevistas desta corrida e um acervo incalculável de corridas e entrevistas em 16 mms,(era a bitola de filme usado na época pelas TVs), como sempre foi free-lancer e comprava o horário, o acervo é todo dele. Após no reencontrarmos ano passado, consegui estimulá-lo a disponibilizar estes filmes e ele prometeu que assim fará.
Como ia falando, ele entrevistou Emerson e perguntou-o quem era o favorito, Emerson, cortês como sempre, citou a mim.
André, então, veio me entrevistar e fez a mesma pergunta, respondi que era o Emerson, não pra "rasgar seda", mas porque o achava favorito mesmo, visto que o Fitti-Porsche era um carro bem mais veloz que o Karman-Ghia.
Lembro-me que disse que minha única chance de ganhar a corrida seria a quebra do Fitti-Porsche, mas embora desejasse como nunca vencer esta corrida pelos motivos explicados, jamais desejaria ver a quebra dele.
Durante o treino de classificação o Karman-Ghia apresentou problema de vazamento de óleo e queda da pressão do mesmo, nosso mecânico àquela época que não conhecia o motor Porsche, não soube solucionar o problema, perguntei-lhe se não queria que ligasse pro Moco ou pra Paulo Goulart pra pedir ajuda. Ele, com ar doutoral, disse-nos que não, que aquilo era problema bobo, que havia sido mecânico de Chico Landi, etc, e introduziu a mangueira do "pulmãozinho" do suspiro por onde vazava óleo dentro de uma garrafa de Coca-Cola, afixada com arame na parte de trás da cabine.
Dada a largada, Emílio Zambello com sua Alfa GTA saiu em primeiro (lembre-se que a primeira marcha do Fitti-Porsche e do Karman-Ghia era muito longa, 108 Kms e sempre ficávamos pra trás na largada), seguido de Mário Olivetti, também com GTA, Emerson e eu.
Logo nos distanciamos do segundo pelotão e já na primeira volta Emerson passa Zambello e eu Mário Olivetti.
Emerson ponteou não me lembro agora por quantas voltas, até que o Fitti-Porsche apresentou problema no trambulador ficando com a marcha em ponto morto. Quando o vi entrar nos boxes, pensei esta corrida agora é minha, assumi a ponta, mas logo depois o defeito que havia apresentado na pressão do óleo apareceu bem forte, como naquela época o regulamento não permitia que estranhos ou bandeirinhas empurrassem o carro, após sair da curva do S, cortei o motor e deixei o carro em ponto morto na tentativa de chegar perto dos boxes e empurrá-lo até lá.
Como estava acostumado a chegar com ele no final da reta a 220Kms/h, na curva atrás dos boxes (ex-curva Nonato, demolida pelo prefeito para o PAN), o carro devia estar a uns 50 Kms/h, com esta falsa impressão da velocidade, julguei que estivesse a uns 5 Kms/h, abri a porta, pûs o pé no chão para empurrá-lo, aí pareceu filme tipo pastelão, cai de peito no chão, rasgando macacão, ralando todo peito e o carro seguindo sozinho, um atento fotógrafo da revista Auto Esporte, fez o flagrante que foi publicado nesta revista.
Consegui levar o carro dali até o box, empurrando-o por toda curva Norte e aquele pedaço de reta.
Lá chegando o mecânico apenas completou o óleo e mal sai logo ele bateu biela, visto que o defeito continuava.
Darci, mecânico de Emerson, conseguiu fixar com arame a alavanca de câmbio em terceira marcha do Fitti-Porsche, ele voltou à corrida e, mesmo neste estado, estava se aproximando da liderança, nem me lembro bem se voltou a liderar de novo (Ricardo Cunha poderá esclarecer), quando há poucas voltas do final, a alavanca voltou a cair para ponto morto.
Emerson chegou na bandeirada empurrando o Fitti-Porsche em terceiro lugar, tendo Emílio Zambello vencido a esta prova.
Após a corrida, nosso Karman-Ghia foi pra Dacon.
O mecânico que prefiro preservar o nome, mas não era o Sr. Luciano da Alfa, nem Ferreirinha, afirmava que Moco havia vendido o carro com motor "bichado".
Quando o carro chegou à Dacon, Moco e Paulo Goulart ligaram pra mim e fizeram questão de que fosse lá pessoalmente pra ver o que tinha acontecido, antes que mexessem no motor.
Fui, eles me mostraram, veja o que é a arrogância aliada à ignorância do mecânico da época que, após este fato, fomos obrigados a trocá-lo, sabe o que tinha acontecido?
Simplesmente a mangueira de retorno do óleo do motor havia dobrado, com isso em vez do óleo retornar ao motor, vazava todo pelo suspiro.
Bem, Maurício, encerro por aqui sobre o Fitti-Porsche, depois comentarei sobre mais uma das maiores engenhosidades dos irmãos Fittipaldi, o Fitti-Fusca com dois motores.
Desculpe-me se me alonguei um pouco, mas as lembranças vão vindo e penso que o público gosta de saber sobre estes fatos de bastidores que, normalmente, não tem acesso pela imprensa.
Maurício
Como falei, mais uma vez o destino se encarregou de aproximar de novo nossa equipe com uma estréia da mais alta tecnologia de nossos primeiramente ídolos, depois amigos-ídolos irmãos Fittipaldi.
Desta feita foi nos 1000 Kms da Guanabara, realizado em 14-12-69.
Me lembro perfeitamente que no treino em 13-12-69, eles apareceram com o Fitti-Fusca com dois motores e sem ventoinha, rapaz, que tecnologia!
Não irei falar muito sobre ela porque se encontra farto material no link http://www.obvio.ind.br/O%20VW%20Fusca-Fittipaldi%20de%20dois%20motores.htm
Portanto, falarei apenas o que não foi contado e as conversas de box desta prova.
Bem, com a retirada da ventoinha o carro subia de giros bem rapidamente, devido não ter a resistência do vento contra suas pás e também por eles terem retirado o dínamo.
Alguém, com toda razão, perguntará:
- Se não tinha dínamo, como o carro mantinha a energia elétrica, sobretudo numa prova longa?
Acontece que estes dois gênios da pilotagem e da inovação fizeram cálculos e chegaram a conclusão que era mais vantajoso parar para trocar a bateria e ganhar o restante do tempo andando mais veloz. De modo que até para pegar, eles usavam uma bateria sobressalente a fim de não ter grande perda com o motor de arranque.
Maurício, você precisava ouvir o barulho daqueles dois motores roncando juntos, era um urro de fera mesmo.
Bem, vamos aos papos de boxe, mais uma vez eles inovaram também em relação ao combustível, no sábado Wilsinho veio me falar que eles estavam usando álcool em vez de gasolina e o resultado estava excelente, veja, isto em 69!!! Mais uma vez pioneiros.
Na hora que estavam indo embora, novamente Wilsinho veio falar comigo, desta vez disse-me que embora o álcool estivesse dando mais resultado o consumo era muito grande, portanto, naquela noite eles iriam colocar uma junta na tampa do cabeçote e usar gasolina para a corrida, visto que para andar com gasolina teriam que diminuir a taxa de compressão.
Maurício, houve um certo equívoco em nosso site sobre os tempos deste 1000 Kms, eu mesmo na hora de passar o tempo pra eles acabei me confundindo com o tempo das Três horas da Guanabara de 69, quando Moco com a Alfa P33 bateu o recorde da pista em protótipo com o tempo de 1m 28s 8/10, então, aproveito aqui para esclarecer e pra você ver como este Fitti-Fusca andava.
Vão os tempos corretos dos 1000 Kms da Guanabara 1969:
José Carlos Pace, Alfa P33: 1m 30s 9/10
Sidney Cardoso, Ford GT 40: 1m 31.0s
Emerson Fittipaldi, Fitti-Fusca com dois motores: 1m.36.3s
Márcio De Paoli, Lola T70: 1m 40.0s.
Bem, Maurício, se alguém quiser saber mais alguma coisa deste carro e desta corrida é só deixar a pergunta.
No próximo comentário falarei sobre o Fittipaldi-Fusca 1600, onde, mais uma vez, também participei de sua estréia.
desculpe por usar teu blog para recados com o Sidney mas acho que todos que passam por aqui cochecem a pessoa maravilhosa e dedicada que ele é. Cobrei as fotos do Lorena aqui de brincadeira, e o Sidney sempre pronto e prestativa já as enviou. Cobrei na brincadeira, sabia que ele estava com alguns problemas, e o intuito foi apenas mante-lo "entrosado".
Sidney, tomara que esta fase ruim seja logo superada. Suas histórias como disse o mMauricio são realmente impagaveis, e o prazer com que voce escreve e conta suas experiancias a gente sente do set texto. Voce é realmente uma pessoa afortunada por suas caracteristicas. Um grande abraço, e votos de que realmente as coisa bem rapido estejam todas nos seus lugares.
Mário Estivalét,
VIVA!
Obrigado por seus comentários.
Felizmente minha mãe já está quase boa, portanto não preciso ficar todo tempo com ela. Obrigado por seus votos de que assim fosse.
É rapaz, se as histórias são impagáveis não sei, só sei que transcrevo aqui as lembranças destas corridas e elas me trazem grande prazer.
Embora a corrida que irei descrever a seguir da primeira corrida do Fittipaldi-Fusca 1.600cc sem ventoinha não ter sido boa para minha equipe, devido termos ficado em três cilindros logo nas primeiras voltas de uma corrida de duração média, só estar lá tocando e ver de perto Emerson e Wilson com suas inovações me fizeram muito bem.
Continuo no post seguinte a descrição da corrida do Fittipaldi- Fusca 1600cc.
Maurício
Mais uma vez, tive a sorte de estar participando da corrida em que o Fittipaldi-Fusca 1600cc sem ventoinha estreou, foi em 29-09-1968, nas 250 Milhas do Rio de Janeiro, com Emerson Fittipaldi ao seu volante.
Rapaz, mais uma vez, quando Emerson e Wilsinho chegaram ao Autódromo do Rio com aquele Fusca todo incrementado naquela linda cor abóbora da escuderia deles, fibra levíssima, cárter seco, radiador na frente, duas tomadas no teto para insuflar ar direto nas camisas dos pistões, sem ventoinha, etc,etc, foi um corre-corre geral, todos queriam ver o que era aquilo de perto.
E como andou! Não me lembro o tempo agora, mas foi um "temporal" para Fusca. Provavelmente nosso amigo e pesquisador Ricardo Cunha deverá ter a informação do tempo dele.
Lembro-me que estava correndo em dupla com Fernando Calmon com nosso Karman-Ghia de fibra também finíssima que havia sido do Moco, apenas agora com motor VW 1600cc com carburador de Jaguar, visto o motor Porsche estar quebrado.
Lembro-me também que dois mecânicos meus Benjamim Vera Molano e Antonio Ferreirinha ficaram encantados com a tecnologia do Fittipaldi-Fusca e numa corrida seguinte adaptaram nosso Karman-Ghia da mesma forma, uma pena que suas fotos perderam-se com o trabalho das traças. Aliás, depois do aparecimento do Fittipaldi-Fusca, o que teve de gente copiando-os nas próximas corridas foi uma barbaridade, vou citar só três aqui para não ficar extenso: nosso Karman-Ghia, o Ovo de Codorna, um outro Fusca de número 63.
Bem, nesta corrida Emerson estava muito bem colocado, infelizmente, devido a problemas, teve que parar na curva seguinte a do S, a da "Árvorezinha", (tenho filme daqui talvez a um mês estarei colocando no youtube). Não coloquei os filmes ainda porque foram duas corridas que fiz com o Karman-Ghia VW 1600cc em prova do Campeonato Brasileiro e, por coincidência, quase que todos carros eram os mesmo, está difícil diferençar uma corrida da outra, mas iremos fazer isso.
Nesta corrida nosso Karman-Ghia também ficou ótimo depois que Ricardo Achcar conseguiu regular os carburadores, mas assim como Emerson, por sinal, bem antes do dele quebrar, o acelerador prendeu no fundo quando estava sendo guiado por Fernando Calmon, na entrada do S.
Calmon teve que frear forte para não dar um mergulho no lago, tem no filme a marca deixada pelos pneus.
Quando os mecânicos estavam consertando-o ali mesmo, por falta de sorte, um ajudante deixou cair um parafuso dentro do carburador e daí o parafuso foi cair logo dentro de um cilindro, o que fez com que o motor ficasse rateando em três cilindros até o final da corrida.
Como disse, embora não tivesse dado sorte, pois quando assumi a pilotagem já peguei o carro em três cilindros, em contrapartida, o prazer de tocar aquele carro após os treinos andando como estava com os carburadores de Jaguar que após a tirada dos tempos oficiais Ricardo Achcar deixou "tinindo", somado ao prazer de ver o Fittipaldi-Fusca de perto, não tem problema algum causado por parafuso que possa se sobrepor a estas boas emoções.
No comentário a seguir, o último da descrições, falarei do Fitti-Vê. Este só vi quando chegou às pistas, mas meu irmão Sérgio Cardoso teve a sorte de ver o seu desenvolvimento de perto antes de chegar oficialmente para uma corrida, contarei como foi.
Maurício
Comandante, atendendo seu pedido, terminando missão.
UFA!!!
Despertar boas recordações adormecidas do passado é gostoso, agora se por ficar horas teclando nesta tela clara, meus óculos mudarem de grau, penso que sim, você pagará as lentes, rs.
Bem, olha outra coincidência conosco ligada às criações dos fabulosos Fittipaldi.
Quando meu irmão Sérgio Cardoso foi a São Paulo adquirir o Karman-Ghia Porsche deles em 1967, o negócio já estava fechado e Sérgio voltaria no mesmo dia.
Quando Sérgio chegou lá, Emerson contou-lhe a novidade, estavam criando o primeiro Fórmula Vê brasileiro, o Fitti-Vê, alugavam a pista de Interlagos quase todos dias, tudo meio em segredo, estavam em fase de testes.
Emerson, como sempre, muito amigo, um gentleman, convidou meu irmão para dormir em sua casa e ir no dia seguinte com ele para a pista.
Interessante que Sérgio era de acordar tarde, Emerson ao contrário, acordou-o cedinho, de modo que aos primeiros raios de Sol eles já estavam na pista.
Lembro-me que Sérgio voltou muito feliz com a boa hospitalidade do "Barão", Dna. Juse, Wilsinho, Emerson, enfim, daqueles agradáveis momentos vividos na companhia de tão educada família e bons anfitriões.
Sérgio ficou muito bem impressionado com o profissionalismo de Emerson. Disse-nos que ele testava o Fórmula Vê à exaustão, fazia várias modificações nas regulagens, suspensão, freios, aerodinâmica, etc.
Relatou-nos que Emerson, como todo bom profissional, estava muito entusiasmado com mais essa nova criação, disse-nos que ele tinha um zelo muito grande com ela, não queria fazer apenas o primeiro Fórmula-Vê brasileiro, mas o melhor, o mais veloz.
Disse-nos que só paravam para dar um pulo na casa deles para almoçar e voltavam logo à pista.
Bem, Maurício, termino aqui.
Como disse no primeiro comentário, emoções são difíceis de serem contadas, gostosas de serem vividas, como não estive lá estaria mentindo aqui se tentasse passá-las, mas estas, com certeza, foram bem agradáveis para meu irmão que viu tudo de perto e nos contou bem empolgado sobre seus dois dias em São Paulo presenciando o nascer de mais uma criação ao lado de seus criadores.
Parabéns pelo magnífico trabalho sobre os carros dos Fittipaldi.
Sidney Cardoso:
Você é um homem de sorte, viveu e conviveu com todas essas pessoas que foram e sempre serão nossos ídolos.
A Prova Almirante Tamandaré foi realizada no dia 17/12/1967, duas semanas após as Mil Milhas Brasileiras.
Nessa corrida a pontuação foi dada separadamente, para cada bateria, da seguinte maneira: 12 / 09 / 07 / 05 / 03 / 02 / 01 , do primeiro ao sétimo colocado.
Por isso o Wilsinho Fittipaldi, na colocação final, ficou em terceiro lugar, com 12 pontos, mesmo não tendo terminado a segunda bateria. Da mesma forma, o piloto português Luis Fernandes, segundo na primeira bateria e que não terminou a segunda, ficou em quinto na classificação geral, com 9 pontos.
Resultado da Corrida:
1 - Bird Clemente - Willys Mark I - 17 pontos
2 - Nogueira Pinto - Porsche 911 S - 12 pontos
3 - Wilson Fittipaldi Jr. - Fittiporsche - 12 pontos
4 - Ubaldo Lolli - Alfa Romeo GTA - 9 pontos
5 - Luis Fernandes - Lotus 47 - 9 pontos
6 - Norman Casari/Celso Gerbassi - Malzoni GT - 7 pontos
7 - Sidney Cardoso/Wilson Marques Ferreira - Alfa Romeo Giulia - 5 pontos
8 - João Varanda - Karmann-Ghia Porsche 1600 - 3 pontos
9 - Helio Mazza - Protótipo Alfazoni - 2 pontos
10 - Mario Olivetti - Alfa Romeo GTA - 1 ponto
11 - Sergio Cardoso - Karmann Ghia Porsche 2000 - 1 ponto
No caso dos pilotos que terminaram com o mesmo número de pontos, foram considerados, para a colocação final, os melhores resultados obtidos na segunda bateria. Assim, Nogueira Pinto, quinto na primeira bateria e segundo na segunda bateria, ficou em segundo lugar, e Wilsinho em terceiro ( venceu a primeira e abandonou a segunda bateria ). Ubaldo Lolli, terceiro na primeira e sexto na segunda bateria, ficou em quarto, enquanto Luis Fernandes ficou em quinto ( foi segundo na primeira e abandonou na segunda ). Da mesma maneira, Mario Olivetti ficou em décimo, pois chegou em sétimo na segunda bateria, enquanto Sergio Cardoso foi o décimo primeiro, pois foi o sétimo na primeira bateria.
Um abraço.
Ricardo Cunha
Valeu.
Ricardo Cunha
Como disse Maurício Morais, você, como sempre, é show de bola.
Suas informações me foram muito úteis.
Muito obrigado e Forte abraço.
Senhores, lição de história e cumplicidade.
Cardoso, já o admirava, agora então...
Salvo engano, esse link é a foto de um original!
http://www.joaosaboia.jor.br/mp_kadron_volante.jpg
Acho que o teu raciocínio está correto. O KG Porsche não era uma criação dos Fittipadi e sim da Dacon. Eles apenas o utilizaram em corridas. Se pudesse sugerir talvez o Mini Kart, criação do Wilsinho e maneco Combacau que revolucionou o kart brasileiro lá por 65/66. Abs e parabéns pelo trabalho.
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